A palavra do ano e inktober 2017

Como tradição de fim de ano o dicionário  Merriam Webster anunciou a palavra do ano: feminismo. Devido a vários fatores, principalmente o aumento da busca do significado da palavra na internet. Muitos acontecimentos em 2017 ocasionaram uma alta na busca, a marcha das mulheres em janeiro, a estréia do filme da Mulher Maravilha e do seriado O conto da aia, a onda de denúncias de assédio sexual em Hollywood e a campanha #metoo.

Tudo isso só comprova três coisas, como a população discute mais sobre políticas sociais, como as mídias de comunicação que consumimos influenciam nossa vida, e por último, como a violência de gênero se expressa por meio de histórias escondidas e denúncias não feitas.

Tenho muita para dizer com relação a esse assunto, muita coisa mesmo, engolida em 26 anos de vida, entalada na garganta. Foi difícil tentar escrever sobre isso, devo ter feito uns trezentos rascunhos. Apesar de não querer me expor, falando sobre assuntos polêmicos, isso é um assunto que realmente me afeta. Então, resolvi postar meu relato, baseado na palavra de 2017 e no meu inktober, que foi a conclusão final do meu ano de 2017. 

Segue meu texto que eu tinha feito no começo de Novembro, mas acabei não postando.



E meu segundo inktober chega ao fim. Ano passado fiz 30 retratos de escritores brasileiros, esse ano fiz 30 cientistas mulheres. Resolvi de última hora desenhar e pesquisar as cientistas justamente para arranjar coragem e fazer um anúncio e uma denúncia. Quase como uma contagem regressiva. Chegou a hora.

O primeiro anúncio é uma decisão, migrar de área, abandonar meu diploma. Não porque eu não consigo mais nenhum trabalho na área do meu diploma por causa “da crise”, já que minha área era ligada à cultura. É uma questão de percepção, demorei mas percebi que eu não combino com ela e nunca combinei. Me formei num curso de humanas, considerada como área da comunicação. Pessoas que me conheceram pessoalmente sabem como isso soa muito irônico e até bem engraçado, pois sou a pessoa mais tímida e antissocial que eu conheço. Fiz um extremo esforço para me integrar à área, como resultado nunca em toda a vida convivi com pessoas tão politizadas, sociólogos e críticos. Acabei me influenciando muito. Mas tive que enfrentar consequências ruins de tentativas de diálogos e relacionamentos em cima de temas as quais eu não estava nada acostumada. Percebi que eu não fui feita para isso. Talvez a vida tenha me guiado para esse caminho para que eu entendesse certas coisas importantes da vida… Mas dizer que eu escolhi certo é dizer um exagero extremo.

Medo de morrer? Medo de altura? Medo de insetos? cobras? Durante toda a vida o maior medo que eu sempre tive foram as pessoas, de qualquer pessoa, seja da família ou fora. Talvez não das pessoas em si, mas das situações que elas possam me envolver.  Medo dos seus atos, dos seus impulsos, julgamentos, das respostas, das reações, das surpresas, de tudo o que qualquer um poderia fazer contra mim, e de que ninguém acredite em mim…  Nunca consegui confiar totalmente em alguém. Então, por mais que eu saiba que o convívio social é importante, escolher um trabalho que tenha-o como principal e único objeto de atenção é sufocante e me faz muito mal. Psicologicamente e fisicamente.  

No fundo eu sempre soube minhas reais aspirações e vocações profissionais. Algo tão forte que poderia fazer com que eu conseguisse passar por cima dessas dificuldades sociais. Só as abafei durante todo esse tempo por medo. Medo de que eu não fosse boa ou inteligente o suficiente para fazer o que eu realmente gosto… Assim fui pelo atalho, e como sabemos isso é uma escolha que praticamente sempre dá errado. Então decidi recomeçar. 

Resolvi então começar minha quarta psicoterapia. Então tive que relembrar alguns momentos marcantes da minha vida, e que certamente fizeram acumular tanto medo assim em mim. Medo de pessoas. Ainda estou com medo de revelá-los, mas decidi que iria tentar diminuir isso.

E agora vem a denúncia. Ou as denúncias.

Em 26 anos de vida, eu tive a extremíssima sorte de não ter sido assaltada AINDA. Sendo brasileira, posso sair hoje, amanhã, ou qualquer dia ou local e ser assaltada. Sempre há essa chance, todo dia e toda hora. Mas em 26 anos de vida eu não consigo mais contar nas mãos os casos de violência sexual que eu sofri. Desde diversos assédios a abuso sexual e uma tentativa de estupro na rua da minha casa.  

Quando é que a questão de gênero começa em nossas vidas pessoais? Há um tempo houve uma polêmica sobre o assédio que uma criança de 12 anos, participante do Masterchef kids, sofreu nas redes. Vi muita gente comentando indignada. Sinceramente, não fiquei surpresa.  

Quando eu tinha uns 12 anos, algum garoto idiota da minha sala inventou que competir entre os meninos para ver quem passa mais a mão na bunda das meninas é legal, divertido e engraçado. O recreio, que era uma coisa que eu naturalmente já odiava, passou a ser o inferno dos infernos, o que mais se via no pátio eram meninas correndo atrás dos meninos para bater neles, enquanto eles se matavam de rir. Eu não era muito bem o alvo mais procurado pra esse tipo de coisa, por que eu já sofria bullying por ser feia, nerd, esquisita e tímida. Mas isso não os impedia de tentar. Eu passava todo o tempo fora da sala ou sentada ou encostada na parede, comecei a ir para escola todo dia com a blusa de inverno amarrada na cintura, mesmo se estivesse um verão do caramba. E mesmo se algumas meninas tivessem sentadas, eles as puxavam do chão à força, muitas vezes em grupo, só para tentar passar a mão. Sim, eles puxavam, empurravam, se esgueiravam, cercavam, tudo só para passar a mão. 

E ninguém fez nada? Você me pergunta. É óbvio que as meninas se incomodaram, um dia todas as garotas da sala se uniram e contaram para pelo menos dois professores antes das aulas começarem. Uma mulher e um homem. E sabe o que eles nos falaram? Que eles não podiam fazer nada! Nada! Porque é a “natureza” dos garotos e não tem como controlá-los! Lembro até hoje com clareza das palavras dos professores: 

“Olha, a única coisa que eu sugiro é que vocês não deixem eles fazerem em vocês, batam, gritem e revidam (Como se nenhuma menina tivesse feito isso até aquele momento, ugh). Pra outras pessoas saberem que alguém passou a mão em vocês e alguém repreender o menino ali na hora. Só assim que funciona. Não dá pra fazer nada, bronca não vai funcionar. Vocês vão ter que aguentar, meninos são assim mesmo, uma hora passa e eles se cansam. Eu sei, acredito no que vocês estão me contando, sei que é chato. Mas eu não posso fazer nada, ninguém pode fazer nada, nem advertência vai funcionar. Me desculpem.”

Me desculpem por vocês terem nascido mulheres. Não há nada mais a fazer.

Por grande azar, foi nessa mesma época que eu sofri o abuso sexual. Conheci ele na escolinha do maternal. Um amigo de infância, um dos primeiros amigos que eu tive, provavelmente um ou dois anos mais velho do que eu, e que brincava até de casinha comigo e com minhas irmãs. Um dia ele decidiu que seria legal “contar” que estava a fim de mim, do jeito mais horrível possível. Na minha própria casa. Interrompeu nossa brincadeira de casinha pra me atrair até a casa dos fundos abandonada no quintal. Não conseguirei contar publicamente o que ele fez. Mas foi depois disso que eu “descobri” que meu corpo tinha “outros usos”. Eu era reta igual à uma tábua, não tinha uma sombra de indício de puberdade. Não contei para ninguém, por vergonha. Parei de brincar, fiquei apática a qualquer estímulo, mergulhei no mundo dos livros, me isolei, ficava longe de todo mundo a maior parte do tempo, fiquei quieta, melancólica e séria demais pra uma criança, literalmente parei de falar com esse amigo. Toda vez que eu ficava no mesmo recinto que ele subitamente minha voz sumia. Mas não parei de vê-lo, ele estava sempre em casa, e eu ia sempre na casa dele. Infelizmente a mãe dele se tornou a melhor amiga da minha mãe.

Por anos e anos eu fiquei pensando, tentando entender o que tinha acontecido, porque tinha acontecido. Porque que eu me sentia horrível, porque eu tinha vergonha? Porque eu não contei pra ninguém, porque eu não consegui reagir? Porque eu não me defendi? Porque ele fez aquilo? O que significava aquilo? O que era aquilo? Não sabia o que tinha acontecido, não entendia nada. Anos depois, quando comecei a navegar pela internet, e vi reportagens na televisão sobre histórias de abusos eu fiquei com isso na cabeça. Mas não sabia se tinha sido isso, porque afinal eu não falei pra ninguém, e ainda por cima convivia com o ser, ele era filho da melhor amiga da minha mãe, não era um monstro, não era criminoso, não tinha me ameaçado, não tinha feito aquilo várias vezes, e ele era mais velho que eu mas ainda era um moleque…

Graças à todo o conteúdo que a internet trouxe sobre essas questões, finalmente, depois de três terapias e muitas leituras de relatos e conversas com meu marido, eu tive certeza de que aquilo foi um abuso sexual.  Todo mundo pode passar do limite se não prestar atenção. Abusadores e estupradores não são monstros do pântano, diabos com chifres… A imensa maioria são pessoas integradas na sociedade, e podem ser qualquer um, literalmente qualquer um.

Um dia eu estava voltando da minha aula de direção, uma vontade que eu tinha desde pequena. A auto escola era perto de casa, a aula terminou à tarde logo depois do almoço,  então fui embora a pé, feliz e distraída, depois de ter conseguido fazer baliza. As únicas coisas que eu trazia era uma mini bolsa com documentos, mp3 e chave de casa. Era inverno e estava muito frio, o tempo que eu mais gostava pra sair para caminhar, escutando música. Eu estava de blusão de frio, com o zíper aberto, uma camiseta normal preta e a calça jeans mais grossa que eu tinha. O caminho todo foi tranquilo, até eu chegar na rua de casa, ao mesmo tempo que um cara.

A rua onde eu morava ficava num morro, então a rua era “divida em dois”, com uma travessa cortando-a no meio, bem no topo, onde tinha um dos pontos finais da linha de ônibus que eu mais usava, dividindo-a em duas partes iguais. Em uma metade da rua era uma mão só, descida de muito fluxo de automóveis vindos da avenida. Na outra metade era duas mãos e totalmente desértica. Minha casa ficava na descida, eu estava subindo pela metade desértica.

Eu tava tão distraída pensando na aula de direção e curtindo minha música com o fone, que não me liguei que eu estava sozinha na rua deserta com esse cara, de blusa moletom, shorts e chinelos, com a cara coberta pelo capuz do moletom. Quando estava perto da travessa, chegando na metade da rua, eu ouvi ele correndo atrás de mim. Me agarrou por trás, me deu um gancho de braço e tentou abrir a minha calça com a outra mão. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa o farol da avenida abriu e vários carros começaram a passar na travessa, bem na nossa frente. No mesmo instante ele me largou e saiu correndo. Com certeza ele não era daquela região, não sabia que a outra metade da rua era movimentada. Foi tudo muito rápido. Eu recomecei a andar em direção aos carros, tremendo, ainda tentei olhar pra trás mas não consegui enxergar nada. Tudo virou um borrão, comecei a chorar e a me tatear para ver se ele não tinha me esfaqueado. Andei pela calçada e consegui chegar em casa, minha sorte é que não tinha ninguém ainda, fui no banheiro e tentei respirar fundo e parar de chorar. Só aí que eu percebi que o botão e o zíper da calça estavam abertos. Minha bolsa estava comigo, todos meus pertences intactos. Passei o resto do dia todo em silêncio. Mas eu fiquei tão perturbada que não consegui esconder, no mesmo dia tive que sair à noite com minha mãe, e por algum motivo eu desabei,  chorei do nada no carro, quase não consegui contar direito o que tinha acontecido. Não consegui dormir, só parei de chorar no dia seguinte.

Não sei o que teria acontecido se o farol da avenida não tivesse me salvado. Depois disso eu perdi interesse nas aulas de direção.

Quando criança fui assistir a uma peça de teatro infantil com a minha família, um velho sentado do meu lado colocou a mão na minha coxa, e fingiu estar dormindo, enquanto subia a mão. Várias vezes no caminho à faculdade no centro de São Paulo, homens me diziam coisas e vi homens dizendo e fazendo coisas à mulheres bem na minha frente. Na faculdade um colega de sala tinha a mania de ficar olhando fixamente as mulheres da sala, de um modo muito assustador e bizarro, sem pudor, sem preferências. No ponto de ônibus indo para o estágio depois da aula, um cara veio em minha direção depois que eu não respondi às tentativas de interação dele, eu tive que sair correndo entre os carros no meio da rua. No metrô, um cara me abordou dizendo que ficou interessado em mim, me seguiu até o centro de São Paulo, insistindo que eu desse o número do meu telefone pra ele. Em um passeio solitário no bairro da liberdade, um cara me abordou dizendo que meus pés eram muito bonitos, e me acompanhou pela calçada pedindo para eu ir com ele até o carro dele tirar foto deles… 

Quando eu conto essas coisas para o meu noivo, indignado e impotente, ele se pergunta o porquê que essas coisas só acontecem comigo quando ele não tá por perto. Também percebi isso, motivo pelo qual eu liguei pra ele depois que me livrei do cara do metrô. Eu estava tão perturbada esse dia que ele teve que sair do trabalho para ir me buscar. E eu tinha ido só pagar a faculdade. Sempre que eu podia eu fazia de tudo para ele me acompanhar. Mas isso está errado. Eu deveria poder andar na rua sozinha. As pessoas deveriam me respeitar e levar minhas palavras, ou meu silêncio, a sério, não porque eu estou acompanhada por um homem.

Teve um tempo que eu já odiei nascer como nasci, nascer mulher, já fui misândrica, quando era pré-adolescente, odiava tanto os homens que até cheguei a questionar minha sexualidade. Apesar de sempre ter tido uma ótima relação com meu pai. Até hoje tenho dificuldade em administrar minha condição feminina, mesmo depois de tantos anos eu ainda não me acostumei com meu corpo e duvido muito que algum dia isso aconteça. 

Mas foi a partir do Colégio que mudei minha compreensão de mundo, ali conheci os melhores seres humanos, indivíduos totalmente abertos para diálogos, com quem tive as melhores e sinceras conversas e trocas de experiências. Conversando, eles me fizeram ver que existe muito homem bom, pacífico, preocupados com o bem estar alheio e compreensível andando por aí também. Muitos inclusive tiveram pessoas próximas que sofreram esse tipo de violência que aqui relato. E muitos sofreram outros tipos de violência e privações que a desigualdade de gênero faz e que eu nunca senti ou soube que existiam. Foi então que eu percebi que é realmente difícil se colocar na pele do outro, sentir o outro lado da moeda e entender o sofrimento da outra pessoa. E que os homens também sofrem com esse tipo de sociedade em que a gente cresceu, e na verdade, nós mulheres sofremos desse problema porque eles sofreram primeiro, e muitas vezes sofreram uma violência perpetuada por homens E mulheres. É um círculo negativo vicioso. A gente precisa ficar atento, porque do mesmo jeito que nós sofremos coisas que os outros nunca vão entender, o inverso também acontece. (Recomendo assistir ao documentário “The mask you live in”)

Apesar disso ainda conheço muitas pessoas, amigos, conhecido e até familiares, que não acreditam na questão de gênero. Acreditam que as mulheres brasileiras reclamam demais, que não existe mais machismo no país, que o Brasil é seguro e liberal até demais para as mulheres… Se eu, que sou socialmente privilegiada por meu background asiático, sofri tanta violência de gênero, quem dirá as mulheres bem menos favorecidas, sem apoio familiar, nas ruas, nas periferias, dos litorais, do nordeste…  E as que sofrem todo dia com o racismo somado à tudo isso… Sendo desacreditadas, tendo suas auto estimas abaladas e suas histórias e oportunidades apagadas…

O que eu aprendi nesse inktober, com toda essa pesquisa sobre as cientistas, foi que apesar de viverem épocas ainda mais difíceis para serem mulheres, elas seguiram em frente. Apesar de educadas somente para casar e terem filhos, e serem discriminadas ou desacreditadas, enfrentaram seus medos, muitas sozinhas, muitas apoiadas por outras mulheres E homens incríveis inclusive, e conseguiram conquistar coisas inimagináveis. E muitas delas, principalmente nos momentos finais da vida, focaram seus esforços no apoio à outras cientistas, seja economicamente, socialmente, psicologicamente, emocionalmente ou mentalmente. Incentivando a ciência para as mulheres.

Tudo isso ainda é muito importante nos dias de hoje. As histórias dessas cientistas me surpreenderam de tão incríveis, todas suas dificuldades, as contribuições delas, todos seus estudos e principalmente todo esse tempo que passei sem conhecê-las…  Que nós todos passamos anos sem conhecer… Como por exemplo o incrível filme Hidden Figures (“Estrelas além do tempo”) baseado em fatos reais, meu filme favorito de 2017 e minha inspiração principal para pesquisar as biografias de cientistas mulheres (inclusive foi uma das sessões de cinema mais memoráveis que eu fui, se não A mais memorável, ninguém fez comentários durante o filme e no final todo mundo ficou de pé e aplaudiu os créditos durante os minutos em que as fotos das cientistas reais apareciam, e isso foi um mês depois da estréia). Essas histórias merecem ser vistas e contadas sempre que possível.

A chave de tudo isso é a educação e integração. Educar desde cedo os garotos a respeitarem e saberem conviver com as garotas. Cobrar o bom comportamento dos garotos do mesmo rigor que cobramos das garotas. Contar a eles que masculinidade não é o oposto de feminino, que todos temos os dois lados. Devemos integrar os meninos e as meninas, ensinando-os as mesmas coisas, ensinar questões biológicas e psicológicas femininas e masculinas aos dois simultaneamente. Contar sobre as histórias dessas figuras científicas e acadêmicas tão surpreendentes. Assim essas histórias, que para mim e as gerações anteriores estavam escondidas, serão normais, deixarão de serem surpreendentes para serem cotidianas.

Coincidentemente no mês de Outubro houve aquele escândalo de Hollywood, e a campanha #metoo (#eutambem). Eu me segurei para só fazer minha contribuição agora. Já que esse foi um dos motivos do meu mês inktober sobre cientistas mulheres. Mas aqui foi minha parte nessa hashtag. Refleti muito se essa contribuição valeria a pena. Mas acho que vale. Porque eu só entendi as coisas que aconteceram comigo depois muito, mas muito tempo, depois de ler inúmeros relatos parecidos com o que aconteceram comigo. Eu só entendi quem eu sou, porque eu sou assim e o motivo dos meus medos mais profundos serem o que são, depois de muito ler, assistir e conversar, e depois de quatro terapias.  É só por isso que resolvi contar tudo isso, porque quem sabe, alguma menina ou menino perdido possa ler isso. Se identificar de alguma forma, e tentar entender que não é guardando rancores do gênero oposto que se resolve o problema. Que devemos quebrar esse círculo de violência, espalhando conscientização, denunciando coisas erradas, do passado e do presente. Para que seja possível construirmos um futuro melhor. E lembrar que apesar de tudo, ainda há esperanças. E sempre tem como recomeçar.

genero



É isso.

Feliz ano novo

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